ROBERTO PLOEG
Roberto van der Ploeg nasceu em Valkenburg aan de Geul na Holanda em 1955. Ele veio em 1979 para o Brasil no contexto de um estudo de mestrado em Teologia Latino americana. Desde 1982 reside no Nordeste brasileiro. A mudança da teologia para a pintura não foi muito radical para Roberto Ploeg. Segundo ele teologia e arte são de essência metafórica porque as duas procuram apresentar de maneira pessoal, experiências universais em imagens literárias e visuais. Neste sentido o teólogo é um artista da palavra. O caminho pessoal de Ploeg foi da palavra à imagem visual. Ele fez sua formação artística através de vários cursos em instâncias culturais em Olinda e Recife (MAC, Oficina Guaianases, Escolinha da Arte, UFPE, IAC, Fundaj). Após anos de atividades como teólogo da libertação no Nordeste Brasileiro, ele opta em 1995 definitivamente pela arte.
QUADROS DE ROBERTO PLOEG NA EXPOSIÇÃO
Quadro 1: Olinda
Dados técnicos: Óleo sobre tela
Dimensões: 210 x 130 cm
Ano: 1998
Esse quadro faz parte de uma série de pinturas intituladas "Nativos, uma releitura de Eckhout", que foi exposta em 2002 no centro do Recife. Devido à miscigenação Ploeg não pode seguir o esquema étnico e antropológico de Eckhout com seus casais de Tapuios, Tupinambás , Mulatos e Negros. Formou outros casais, de caráter alegórico. Um deles: Olinda e Recife. Duas cidades irmãs que, inclusive, como acontece em família, já arrengavam muito no decorrer dos séculos. São irmãs diferentes. Das colinas e dos manguezais. Este quadro é uma alegoria de Olinda.
Considerações do autor sobre a obra: A gente vê o mar cheio de peixe, pano de fundo de qualquer paisagem olindense, um pé de fruta-pão com a comida, o pão de cada dia, amadurecendo, a figura central de bucho cheio, todo ensolarado, camisa sobre o ombro, ao seu lado um passarinho, uma lavadeira. Lavadeira porque lavou a roupa de Jesus. Por isso não se prende nem se cria em gaiola. É simbolo da liberdade, do grito pela liberdade que ressoa em Olinda até os dias de hoje.
Roberto Ploeg
Quadro 2: Um rei africano em Olinda
Dados técnicos: Óleo sobre tela
Dimensões: 200 x 120 cm
Ano: 2016
O retrato objetiva ressaltar a dignidade, nobreza e orgulho do povo negro, que foi escravizado e reduzido a funções subalternas. Mesmo marginalizados e abandonados nas periferias das grandes cidades são eles os construtores desse país. ou, nas palavras do próprio autor: "São os negros os construtores desse país, os compositores das sua musicalidade, os cozinheiros das comidas bem temperadas, os sacerdotes dos terreiros comunitários e também os Santos, pelo menos alguns, da Igreja Católica. São os constituintes da alma do povo brasileiro" .
Considerações do autor sobre a obra: Nesse quadro está retratado meu amigo Buda, gari de Olinda, que segura sua vassoura assim como um rei africano segura seu cetro. Em 2014 fui convidado para retratar Henrique Dias para compor uma nova galeria de heróis e heroínas da história brasileira, que fica na Câmara dos Deputados em Brasilia. Buda pousou para o quadro. Por trás da figura dele pintei a cena da expulsão dos holandeses no painel de Francisco Brennand que está na Rua das Flores no centro do Recife.
Roberto Ploeg
Quadro 3: Santo Antônio
Quadro 4: São Rei Mago Baltazar
Desenho de Santo Antônio
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